É comum nos dias de hoje, ouvir-se nos meios de comunicação que agora em África, começa-se a notar um desenvolvimento visível e ainda, cria-se instantâneamente a idéia de uma possível futura ascensão econômica e hegemonia por parte de nós africanos. Identifica-se como causa o petróleo em África, em que a procura por suas jazidas e outros tantos minérios aumenta bruscamente para suprir os anseios e perspectivas insaciáveis das mega-indústrias dos ditos países do primeiro mundo, que procuram e disputam à liderança nos pólos de combustíveis que ditarão a capacidade e longevidade da mesma no mercado.
Esse assunto remete-me facilmente a um capítulo por nós vivenciado, não há muito tempo, capítulo esse, que ainda entristece o nosso íntimo, mas que se nós não enxergamos com outros olhos agora, iremos ser NOVAMENTE e ESTUPIDAMENTE enganados, saqueados até o último minuto e sem que nos apercebamos, iludidos, fazendo sempre o papel de coitados e vítimas da história.
Capítulo da expansão européia para África, que todos vocês muito bem conhecem, que tanto nossos ancestrais, como nossa terra foi brutalmente estuprada sem piedade e depois largada em choros que até hoje nós ouvimos e vemos quando nossos irmãos lutam entre irmãos devido à partilha arbitrária de África; quando num país com dimensões consideráveis,há falta de capacidade humana para poder ajudar no desenvolvimento, quando a fome nos assola de colheita à colheita e as doenças que antes não existiam, mas que no mundo de hoje matam-nos mais que no país de origem.
Esse jogo da economia global é sem dúvida a maneira mais moderna de exploração, em que os donos do capitalismo vêem África como abastecimento de suas maquinarias, e esses, alugam a nossa terra, implantam extractoras de tudo quanto é possível para sugar tudo que nos resta e vender a preços desproporcionais,que uma vez essencias para nós, pagamos o valor.
Porque será que esses investidores não constroem as fábricas em África?
Porque será que eles só agora é que vêem o potencial africano?
Dizem investir no país, enquanto a mesada que o nosso governo recebe é praticamente toda reinvestida em vias de escoamento da própria matéria-prima extraída, reinvestida em infra-estruturas para os trabalhadores das extractoras, em que os cargos de chefia pertencem todos aos estrangeiros, e alguém me diga que desenvolvimento intangível é esse, em que o investimento circula apenas em redor da matéria-preciosa?
Será que Europa e América são ingênuos ao ponto de quererem perder os seus clientes favoritos??
Vamos investir na educação, saúde, vias de comunicação, saneamento porque quando acabarem de fazer o trabalho ficaremos novamente largados, sem saber como manter o país erguido,mantendo o caminho em frente.Criemos leis e contratos que nos beneficiem, pois a matéria é nossa e é escassa, nós é que devemos ditar as regras, não deixar com que eles façam o preço e nos vendam 10 vezes mais caro.
Eles nos iludem enchendo o nosso ego com ar, pois o capital que gira em torno desses projectos é todo enviado de volta para as suas sedes.Não tenhamos medo de nos afirmar,questionar e dar a última palavra, chega de baixar a cara, encorajemos a prevenção e não a intervenção; examinemos a fundo o que leva um estrangeiro a voltar às colônias e acima de tudo rever esses todos os contractos que assinamos com terceiros por que em curto prazo até podem ser interessantes, mas as gerações vindouras pagarão o preço da vossa negligência, e nessa altura iremos correr o risco de ser mais um Iraque, que depois da exploração do petróleo fomentam uma notícia, destroem e retiram o pouco que eles criaram.
Moçambique ACORDA!
Por: Rodolfo Nogueira Dias. Disponível em: http://mozeconomics.blogspot.com. Acessado em: 07 de Agosto de 2008. Ás 21h35min